Cyber-Bullying
Os cyber-bullying têm sido observados como uma nova forma de bullying que usa tecnologia da informação e comunicação tipo: e-mails, telefones, celulares, mensagens por pagers e celulares, fotos digitais, sites pessoais difamatórios, ações difamatórias on-line.
Sites como Orkut e seus similares estão substituindo as clássicas paredes dos banheiros escolares, onde se colocavam agressões a alunos e professores, de uma forma tão avassaladora como nunca vista antes.No Orkut, identificam-se comunidades virtuais que incentivam a constituição de redes de proteção e apoio aos alvos debullying, como também, se encontram comunidades incentivadoras a redes de agressão.
Os alunos, em algumas escolas americanas são proibidos de levar telefone celular, sendo este um meio atualmente usado para divulgação de fotos de estudantes nuas em vestuários por meio de torpedos e internet.
Em 2005, houve uma conferência internacional on-line sobre cyber-bullying, na qual participaram trinta e quatro especialistas de dezessete países não chegando à conclusão efetiva sobre as suas formas de prevenção.
Não existe uma legislação especifica que trate dos crimes na internet. Estes devem ser enquadrados no artigo 186 do código civil que refere a dano moral, no entanto há uma grande dificuldade para provar a autoria, pois usa-se a justificativa que outra pessoa fez usando seu nome ao cometer o delito. Na internet o agressor se esconde no anonimato, diferente do bullying físico que é identificável e tem a característica do forte contra o fraco.
Trata-se de um tema extremamente preocupante para o qual juristas e outros profissionais da área dos Direitos Humanos e da própria Informática, devem abraçar, refletir e propor intervenções coibitivas e preventivas.
Personagens e suas características
Os personagens do bullying diferenciam-se pelo tipo de relacionamento psicossocial inadequado, comparado aos não envolvidos, havendo diferenças significativas entre suas características comportamentais e sociais.
Os envolvidos no bullying são classificados em:
a) Ativos (“bullies”): demonstram pouca empatia com as vítimas, tem necessidade de poder e dominar situações, são contestadores, desobedientes a regulamentos escolares, possuem auto-estima reforçada. São filhos de pais violentos, sem afeto e sofrem de violência físicab) Passivos (“victims”): possuem auto-estima baixa, ansiedade, insegurança, infelicidade, depressão, poucos amigos, isolamento social, são avessos a se defenderem das agressões e sofrem constantemente de sintomas físicos. Os pais são extremamente protetoresc) Neutros: não participam do processod) Ativo/passivo (“bullies/victims”): são os envolvidos nos dois tipos de comportamento, têm maior risco de apresentar distúrbios psiquiátricos futuros, principalmente os relacionados com hiper-atividade. Comparados aos ativos e passivos possuem grau depressivo mais elevado.
Os indivíduos passivos são mais débeis e os fatores como peso corporal, aparência do vestuário ou uso de óculos não é um fator determinante ao aparecimento de bullying.
A classificação do bullying utilizada pela ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência) está relacionada com o papel desempenhado pelos alunos:
a) Alvos do bullying: alunos que sofrem bullyingb) Alvos/autores de bullying: alunos que ora sofrem, oram praticam bullyingc) Autores de bullying: alunos que praticam bullyingd) Testemunhas de bullying: alunos que não sofrem nem praticam bullying, mas presenciam.
Não há diferenças de predomínio de gênero das vítimas. Os meninos freqüentemente agem como ativos por meio de agressões físicas e as meninas por meio de agressões verbais. Há dificuldade em identificar o bullying entre as meninas por estar relacionada ao uso de formas sutis.
Os autores comumente têm pouca empatia, freqüentemente pertencem a famílias desestruturadas, com pouco apoio dos pais. Os alvos não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir, geralmente são pouco sociáveis, inseguros, baixa alto-estima, alguns se acham merecedores das agressões, têm poucos amigos, são passivos e quietos. As testemunhas, grande maioria, se calam para não se tornarem os próximos alvos. Muitos se sentem incomodados com o que vêem e inseguros sobre o que fazer.
O que determina que o indivíduo seja líder é sua personalidade e desempenho. A liderança é vista como um prestígio, manutenção de posto, característica de um indivíduo e refere-se a posse de algumas características de personalidade, uma forma de dominação com exercício de poder sobre um indivíduo ou grupo.
Adultos agressores têm personalidade autoritária, com necessidade de controlar e dominar.
Geralmente, as vítimas têm motivos para temer o agressor, por causa de ameaças ou caracterizações de violências física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
Os alvos de bullying apresentam alguma característica física marcante ou psicológica, não gostam de falar no assunto e sofrem a perseguição em silêncio, já os agressores nunca são conscientes quanto ao motivo da agressão e estão sempre a procura de alguma característica que sirva de foco para sua agressão.
Estes agressores precisam ser tratados, eles apresentam problemas psicológicos e sociais por trauma na infância ou juventude. Sem cuidados especiais podem se tornar delinqüentes e criminosos.
Onde ocorre os principais cenários
Locais onde há interação entre pessoas são propensos a práticas de bullying, como escolas, universidades, ambiente familiar, entre vizinhos e em locais de trabalho.
O bullying ocorre em todas as escolas, sendo o local preferencial a pracinha de lazer durante o intervalo entre as aulas ou na hora do lanche escolar, da merenda, trazendo conseqüências negativas, prejudicando o direito de aprender em local seguro e tranqüilo.
Há uma discordância entre autores quanto ao horário de maior ocorrência de bullying.
As pesquisas internacionais demonstram que a agressão física ocorre geralmente na hora do intervalo (recreio) sem a presença do professor.
Entretanto, estudos no Brasil afirmam que 80% acontecem em sala de aula na presença do professor.
Significaria, este fato, uma maior possibilidade de intervenção?
Como identificar precocemente
O bullying é um tema praticamente ausente em congresso e revistas, o que sugere a falta de reconhecimento do problema.
Algumas queixas dão indícios da ocorrência do bullying na escola, tipo: dor abdominal cíclica, cefaléia, dores de garganta, insônia, sentimento de tristeza ou infelicidade, enurese, anorexia e distúrbios escolares.
Observa-se que pais e professores têm pouca percepção quanto à ocorrência do bullying, em razão das vítimas não se defenderem ou não falarem do assunto e a maioria desses atos ocorrerem sem a presença de um adulto. A revelação pela criança quanto à ocorrência de maus tratos é raro por ter vergonha e medo de sofrer represália.
Alguns indicadores da criança podem estar sendo alvo do bullying, entre os quais:
Falta de vontade e medo de ir à escolaSentir-se mal ao sair para escola e não quere ir sozinhoMudar o caminho da escolaChegar sempre da escola com roupas e livros rasgados e manchadosCalado, arredio, angustiado, ansioso, deprimidoBaixa auto-estimaTer pesadelos freqüentesPerder repetidamente pertences e dinheiroNão falar sobre o assunto.
Incidência
No mundo moderno o bullying se tornou uma epidemia social de ampla variabilidade, de 15% até 70% entre os países. A incidência é maior nas séries iniciais do ensino fundamental, atingindo porcentagem menor ao término do ensino médio e em geral costuma envolver mais meninos que meninas.
A maior pesquisa sobre bullying foi realizada na Grã-Bretanha e registra o sofrimento por bullying pelo menos uma vez por semana em 37% dos alunos do primeiro grau e 10% dos de segundo grau.
Um estudo da British Medical Association – Medical Students Committe revelou: um terço dos estudantes entrevistados sofreram bullying; um em cada quatro foram vitimados por um(a) médico(a), e um em cada seis por enfermeiro(a).
Os tipos de bullying compreenderam desde discriminação racial e sexual a humilhações na frente de pacientes, não excluindo as que ocorreram em salas de cirurgia. No Brasil, Rego obteve depoimentos de estudantes que apontavam esta prática no cotidiano das escolas, como o de que “existem professores que gostam de sacanear os alunos” e “existem professores que são grosseiros e não respeitam os alunos”.
Entre 2000 a 2003, pesquisa realizada em cinco escolas no interior de São Paulo, analisando o comportamento de 2000 estudantes, revelou que 49% deles estavam envolvidos com o bullying, dentre os quais 22% eram vítimas, 15% eram agressores e 12% desempenhavam ambos os papéis.
Já no Rio de Janeiro, ente 2002 e 2003, estudos com 5.875 alunos, evidenciou 40,5% envolvidos com o bullying, sendo 16,9% alvos, 12,7% autores e 10,96% alvos/autores.
No Brasil, 40% dos estudantes estão envolvidos na prática de bullying.
A incidência de bullying é maior entre 11 e 14 anos e tende a diminuir com a idade.
Efeito/Conseqüência
Os efeitos negativos do bullying podem ocorrer tanto a curto ou em longo prazo.
Em curto prazo, nas vítimas, estão relacionados os distúrbios físicos e psicológicos, queixas clínicas repetidas e mal definidas como: cefaléia, dor abdominal e de garganta, náuseas, vômitos, anorexia, enurese, distúrbios escolares, tristeza e insônia.
Com relação aos efeitos em longo prazo, são escassos os estudos que afirmam que estas crianças serão mais violentas e cometerão crimes, mas parece haver forte correlação identificada em alguns trabalhos. Um deles afirma que 60% dos alunos que exerciam o bullying ativo no ensino médio sofreram no mínimo uma condenação penal aos 24 anos. Em outro trabalho há um relato que as crianças envolvidas com bullying, tiveram quatro vezes mais riscos de apresentar atitude criminosa aos 20 anos de idade, e a maioria dos que praticaram bullying como ativos tinha pelo menos uma condenação por crime.
Adolescentes com dificuldades de interação social são rejeitados pelos colegas, são tímidos, são trancados. Revelam reduzida habilidade social e muitas vezes são motivo de chacota dos companheiros.
Há uma série de efeitos que o fenômeno bullying persistente ocasiona no indivíduo e no ambiente onde ocorre:
Efeitos sobre o indivíduo: depressão reativa, estresse de desordem, tornar-se agressor, ansiedade, distúrbio gástrico, dores idiopáticas, perda de auto-estima, medo de expressar emoções; problemas de relacionamento, abuso de drogas e álcool, auto-mutilação, bullycídio (suicídio).Efeitos na escola: Evasão escolar elevada, alta rotatividade do quadro de pessoal, desrespeito aos professores, faltas sem motivos, porte de armas por crianças, ações judiciais contra escola e autoridade responsável e contra a família do agressor.Efeitos sobre a organização (Ex.: local de trabalho): perda de moral, faltas por depressão, ansiedade e dor nas costas, baixa produtividade e lucro, alta rotatividade de pessoa, perda de clientes; má reputação, repercussão negativa da mídia, ações judiciais contra a organização por injúria pessoal e contra organização e agressor (leis anti-discriminais).
Estudos longitudinais demonstram que as crianças alvo de bullying quando adultas têm maior dificuldades para se adaptar ao trabalho, podendo até sofrer bullying no ambiente de trabalho e dificuldade em se relacionar socialmente.
Com relação aos autores há tendência a comportamento de risco na adolescência: dirigir sem cinto, usar drogas, alcoolismo dentre outros, podem se tornar adultos agressivos em casa e no trabalho.
Existem também outros atos como: não respeitar sinais de trânsito, “furar” fila e se considerar acima de tudo e de todos.
A prática do bullying tem conseqüências negativas imediatas e tardias sobre seus envolvidos:agressores, vítimas e observadores. Admite-se para os praticantes de bullying a probabilidade de serem adultos com comportamento anti-social e/ou violento que podem adotar atitudes violentas ou criminosas. Já os alvos debullying passam a ter baixo desempenho escolar, recusa a ir à escola com simulação de doença. Os jovens com depressão tentam ou cometem suicídio.
Com relação às testemunhas, estas podem sofrer influência negativa sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.
Fatores de risco
Os riscos da manifestação do bullying estão relacionados a fatores sócio-econômicos e culturais, bem como aspectos inatos de temperamento e influência familiar, de amigo, da escola e da comunidade.
O déficit de habilidades sociais dos subordinados do bullying é um ponto de vista preconceituoso sendo considerado um fator de risco em particular.
Participação da família
Os autores de bullying geralmente são de famílias que tem a violência como forma de poder, com pouco afeto. As crianças com adversidade familiar têm mais probabilidade de ser agressiva.
O contexto urbano e familiar está associado à violência vivida nas escolas.
Os jovens de família e segmentos com condições sócio-econômicas desfavoráveis podem ter amadurecimento psicossocial mais rápido do que os que apresentam melhores recursos.
É importante que pais e educadores não entrem em paranóia de coibir qualquer brincadeira.
Algumas brincadeiras são inevitáveis, como apelidos, sendo esta, s vezes, uma questão de brincar e interagir. Com isso a prioridade seria avaliar se esses apelidos são maldosos, irreais ou pesarosos para a criança. A colocação de apelidos muitas vezes é encarada por pediatras e professores como normal, sendo este um comportamento agressivo que pode levar a repercussão na auto-estima. O uso da agressão física também deve ser motivo de preocupação, principalmente quando faz uso de arma de fogo usada por alunos com baixa auto-estima que procuram ser notados.
Participação da escola
Os fatores relacionados ao desenvolvimento escolar envolvem as características sociais: estrutura familiar, cultura, educação; características individuais: inteligência, atitude, personalidade; características da escola: estrutura física, administração, professor, aluno.
A escola é muito importante no desenvolvimento das crianças e adolescentes, sendo este insatisfatório aos que não gostam dela, com comprometimentos físicos e emocionais à sua saúde ou sentimentos de insatisfação com a vida. Os que apresentam relacionamentos inter-pessoal e desenvolvimento acadêmico positivo terão maior possibilidade de alcançar um melhor nível de aprendizado. A aceitação no grupo é fundamental, aprimora suas habilidades socais e fortalece a capacidade de reação diante de situações de tensão.
A agressividade está presente em todas as escolas, sendo baixa a percepção de sua ocorrência pela escola, pelos pais e pela sociedade. A violência nas escolas é um problema social visível, resultante da interação entre o desenvolvimento individual e os contextos sociais, como a família, a escola e a comunidade. A violência na escola representa uma ameaça aos quatros pilares da educação, caracterizada no Relatório Delors, em 1998, como aprender a conhecer/aprender a fazer/aprender a viver juntos/aprender a ser. Interfere na aprendizagem e também na qualidade de ensino.
O comportamento agressivo sempre ocorreu nas escolas, sendo que com o aumento dos padrões estéticos de normalidade houve aumentos do comportamento agressivo.
Participação do pediatra ou do médico de família
O pediatra se confronta com diversos fatores de morbidade relacionada a fatores sócio-culturais como:distúrbio do humor e ansiedade em crianças e jovens, atividade sexual insegura, gravidez na adolescência, obesidade e taxas desproporcionalmente elevadas de injúrias - violência na escola, atropelamentos, armas de fogo nos domicílios, abuso de álcool e outras drogas, exposição à violência nos meios de comunicação e a substâncias tóxicas no meio ambiente.
Freqüentemente eles se deparam com pais queixando de dificuldades escolares, já referidas pelo professor. Contudo os pediatras nem sempre estão habilitados a resolver o problema, quer seja por falta de formação, desconhecimento do assunto ou falta de costume de resolver problemas interagindo com equipe multiprofissional e interdisciplinar.
A identificação da ocorrência do bullying pelo pediatra é transcendental, em virtude das conseqüências imediatas e em longo prazo das alterações patológicas.
Durante a consulta de uma criança com dificuldades escolares, na anamnese o médico deve pormenorizar a vida da criança, ter dados da dinâmica, condições familiares, situação sócio-econômica e cultural. Fazer perguntas de origem psicológica como timidez, agressividade, ansiedade, fobias, é importante.
Sempre afastar causas orgânicas para o problema, tais como: alteração da visão, audição, fala, anemias, desnutrição, má higiene do sono, alimentação inadequada.
Nas consultas médicas no dia-a-dia passam pelos médicos pediatras várias crianças e adolescentes que estão envolvidas com o bullying.
Cabe a esses a responsabilidade de atuar em quatro aspectos primordiais: reconhecer o problema; orientar as formas de prevenção e conduta aos pais, crianças e docentes; quando necessário encaminhar ao psicólogo ou psicanalista; atuar na prevenção da violência escolar defendendo os direitos da criança.
O trabalho do pediatra também está na escola, seja com ações assistenciais, prevenção e promoção, seja com grupos de discussão e capacitando professores, objetivando a implantação de escolas promotoras de saúde.
O pediatra nesse contexto é pressionado a cumprir suas rotinas de consulta inerente ao crescimento e desenvolvimento infantil saudável bem como a acrescentar orientações sobre prevenção de injúrias, mantendo sua percepção aguçada quanto aos vínculos familiares, auto-estima e sentimentos de pertencimento, exigindo tempo maior na consulta. O trabalho do pediatra é amplo e cheio de possibilidades, desde a atuação no consultório/ambulatório, no ambiente escolar, no bairro, ou nas campanhas educativas.
É responsabilidade precípua de todo pediatra cuidar da criança e do jovem na sua integralidade, na de sua família e de sua cultura, devendo reforçar o relacionamento com as famílias, aproveitando as oportunidades de intervenção construtiva, promovendo uma terapêutica baseada na confiança e encaminhando os problemas difíceis a outros profissionais.
Programas de apoio
Em artigos internacionais está descrito que a taxa de bullying nas escolas reduz até 80% quando se implanta o programa antiviolência com a participação de pais, alunos e escola, dispondo de ações continuadas com finalidade comum em combater a violência, proteção e assistência às vítimas e agressores.
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção a Infância e a Adolescência (ABRAPIA), desenvolveu o Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, onde no período de setembro de 2002 a outubro de 2003, foi possível reduzir a agressividade entre os estudantes, favorecendo o ambiente escolar, o nível de aprendizado, a preservação do patrimônio e, principalmente às relações humanas. Nesse estudo foi revelado que 40,5% dos alunos entrevistados admitiram relação direta com atos de bullying.
Em São José do Rio Preto existe o “Programa Educar para a Paz” que conseguiu reduzir o percentual de vítimas de 22% para 4%, através da sistematização de estratégias psicopedagógicas fundamentada na solidariedade, tolerância e respeito às diferenças nas escolas. No Rio de Janeiro houve o desenvolvimento de medidas preventivas através de palestras para alunos, professores e pais, atividades artísticas, criação de contato de convivência entre os alunos e grupo de fiscalização que vigiavam o comportamento agressivo entre os colegas.
Existem caminhos?
Para o combate eficaz e seguro do bullying é primordial a participação conjunta de médico, pais e professores.2 Fazem-se necessário a interação do pediatra com o professor da criança para saber seu comportamento na escola, as condições psicopedagógicas e ambiente físico da escola.
As crianças e os adolescentes devem possuir boa relação com seus colegas de escola, caso contrário, poderá desenvolver sérios riscos à saúde e ao desenvolvimento social, já que o estresse psicossocial está envolvido na saúde do indivíduo.
A criança deve ser encorajada a lidar com o problema, fazer amizades com os não envolvidos em bullying e sempre comunicar a alguém caso sofra alguma agressão.
Os professores precisam ser treinados a conhecer o problema e saber como lidar com os alunos envolvidos no processo.
Durante a especialização, o pediatra deveria aprender a identificar a ocorrência de bullying em seus pacientes e como manejar adequadamente a situação. Os valores morais não devem ser apenas voltados relação médico-paciente, é preciso que a formação moral seja de fato uma preocupação com implementação de políticas com tolerância zero com o bullying.
O dever do pediatra é perguntar diretamente a criança se ela sofre algum tipo de agressão, se a criança confirmar é importante elogiar sua atitude de relatar o fato. Os pais devem ser comunicados e o assunto precisa ser discutido com o professor e diretor da escola.
Cabem as escolas reconhecer e reduzir o problema, aos profissionais de saúde diagnosticar e adotar conduta adequada e quanto aos órgãos normativos de educação e saúde cabe a implantação de políticas que garantam proteção e assistência necessária.
Dicas para os educadores incluem: avisar quanto intolerância ao bullying; comunicar a direção sempre que ocorre; promover debate sobre o bullying nas salas; incentivar a pesquisa do tema e apresentar o resultado a todos os alunos.
Com relação ao bullying é como um câncer que se alastra às entranhas do organismo social, falta-nos a oportunidade de difundir a sua existência, identifica-lo e, principalmente, estabelecer as formas indispensáveis orientação dos alunos, dos pais e dos professores no sentido de prevenir e combater.
Considerações finais
O bullying é um problema de saúde publica que precisa ser identificado e combatido através de ações interligadas entre pais, educadores, pediatras e médicos de família. É imperioso quando indicado, propiciar alterações no ambiente familiar, na escola e durante a consulta médica, visando sua estruturação adequada para propiciar apoio a todos os envolvidos com o bullying, independente do personagem que desempenhe a ação.
Existem formas de identificar sua ocorrência precocemente através da observação pelos pais, educadores, pediatras e médicos de família, das mudanças atípicas no comportamento da criança ou adolescente que chame atenção. Alguns estudos demonstram que essas alterações do comportamento não se restringem apenas a essa fase da vida, persistindo também na vida adulta para todos os envolvidos no bullying de uma forma geral, trazendo graves conseqüências.
A implantação de programas voltados a políticas anti-bullying têm apresentado resultados satisfatórios na redução da incidência e prevalência dos casos. Com o intuito de manejá-los adequadamente a família tem que estar atenta a mudanças de personalidade do filho, os educadores têm que saber reconhecer o problema e saber intervir adequadamente e o pediatra e médico de família devem aprender a identificar, durante a consulta, a ocorrência debullying através de uma anamnese bem dirigida para obter informações que os possibilite agir por meios adequados.
alunos:arthur pereira ,igor nusda dos santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário